PEDRO CARRILHO
ENVIADO ESPECIAL À ESPANHA DE FOLHA DE SAO PAULO
Maior e mais distante de Madri que as demais cidades neste roteiro, Salamanca vale cada quilômetro a mais percorrido. Mais perto de Portugal que da capital, Salamanca é simplesmente uma das mais encantadoras cidades de toda a Espanha. Antes mesmo de deixar a mala no hotel ou o carro no estacionamento, a cidade já terá seduzido o visitante com sua beleza e energia.
Não bastasse a profusão de magníficos monumentos e fachadas esculpidos em arenito dourado, a cidade tem também a fama de ser uma das mais vivazes cidades do país. Sua considerável população de estudantes espanhóis e estrangeiros estudando na prestigiosa universidade ou fazendo cursos de espanhol, garantem agitada vida noturna. Suas ruas, repletas de bares, restaurantes e suas terrazas, estão sempre movimentadas, mesmo em agosto, tradicional mês de férias para os alunos e professores.
Vista de la Muralla y Torres de la Catedral Nueva, Salamanca |
Seguindo ao sul pela Rúa Mayor, chega-se a dupla de magníficas catedrais adjacentes. A Catedral Nova tem cúpula barroca e um belíssimo portão renascentista, enquanto a Catedral Velha, acessada desde o interior daquela, tem como destaques duas grandes obras de arte: um belíssimo retábulo renascentista e um órgão do século 16 em estilo mudéjar.
Os turistas se divertem mesmo, no entanto, procurando alguns detalhes curiosos adicionados mais recentemente na fachada da Porta de Ramos, como um astronauta. Logo ao lado, o topo da Puerta de la Torre tem a melhor vista panorâmica da cidade.
Próxima dali, a fachada da Universidade Civil é um dos melhores exemplos do estilo plateresco que caracteriza os monumentos da cidade. Fundada em 1218, a universidade é a mais tradicional da Espanha e uma das mais antigas da Europa (assim como a biblioteca em seu interior).
Mas o destaque é mesmo sua fachada, toda trabalhada em arenito. Mais uma vez, turistas se aglomeram tentando desvendar onde está, desta vez, o bendito sapinho. Encontrá-lo sem ajuda de guias ou colando em grupos guiados é quase impossível, mas é tradicionalmente considerado sinal de bom augúrio.
Convento de São Estevão, Salamanca |
Depois de uma ou duas noites inesquecíveis em Salamanca é hora de voltar à capital. Ao invés de retornar direto para Madri através das rápidas, porém insípidas auto-estradas, considere um longo desvio ao sul. São estradas secundárias cênicas que margeiam os diferentes maciços da cadeia de montanhas conhecida como Sistema Central, salpicados com vilarejos bucólicos.
Toda essa região nos limites com a Estremadura ao sul era muito pobre e isolada até a primeira metade do século 20. Hoje vive em boa parte do turismo. A região mais próxima de Salamanca é a Sierra de Francia, que atrai visitantes para vilarejos como La Alberca e San Martín del Castañar, com suas casas em enxaimel e vendinhas de produtos regionais.
Seguindo em frente, logo a estrada inicia uma vertiginosa descida pelo belo Valle de las Batuecas.
Dependendo do tempo disponível, um percurso mais longo pelas vizinhas serras de Béjar, onde fica o vilarejo de Candelário, e a mais alta Sierra de Gredos, garantem lindas paisagens no caminho de volta à Madri.
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